Câmara realiza audiência pública para prestação de contas da saúde municipal

por DICOM publicado 30/05/2019 13h13, última modificação 30/05/2019 13h13
Colaboradores: Mariana Ferreira ; Foto: Aline Batista

A Câmara Municipal de Palmas promoveu na quinta-feira, 30, uma audiência pública para prestação de contas referente ao 1º quadrimestre de 2019, sobre as ações e serviços de saúde da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo o Secretário Municipal de Saúde, Daniel Borini Zemuner, nos primeiros quatro meses deste ano, a receita disponível para a saúde foi de R$ 67.076.485,08 e um orçamento total anual autorizado de mais de R$ 231 milhões. Outro dado relevante apontado pelo Secretário foi o gasto de despesas com pessoal, que reduziu cerca de R$ 800 mil reais em comparação com o mesmo período do ano de 2018.

O Defensor Público e Coordenador do Núcleo Especializado em Defesa da Saúde (NUSA), Arthur Luiz Pádua Marques, falou sobre as demandas e criticou o funcionamento dos serviços básicos de saúde. “Com o passar dos anos notamos que, infelizmente, os problemas que geram internação de alta complexidade poderiam ser minimizados caso o serviço de atenção primária fosse realmente efetivo. Durante visitas às unidades básicas, verificamos diversos problemas como falta de insumos, medicamentos, além de uma série de inconformidades no almoxarifado municipal. Temos servidores sem contratos, em situações desumanas, isso não é fazer saúde, é desigualdade, o que viola gravemente a constituição”, enfatizou Pádua.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Antônio Granjeiro Saraiva, explanou sobre o trabalho à frente do Conselho e a parceria entabulada com os parlamentares. “Nos entristece saber que a saúde é tratada com negligência, mas continuamos trabalhando e com a ajuda do parlamento podemos fazer o melhor”, disse.

Já o vereador Milton Neris (PP) parabenizou a gestão atual da saúde, contudo, citou alguns problemas relacionados aos pagamentos atrasados oriundos da gestão passada. “Quando assumimos uma posição mais dura, precisamos pensar naqueles que dão a vida pela saúde, o problema está nos milhões que eram devidos, pela outra gestão municipal, até para laboratórios que realizam exames. A minha revolta é a retirada de dinheiro da saúde para fazer outras coisas. A população não pode ser punida, por que ela é quem paga a conta, não se brinca com a saúde do povo”, ponderou o parlamentar.

O secretário respondeu os questionamentos dos presentes e falou sobre as dificuldades enfrentadas por conta dos recursos atribuídos à saúde, no que diz respeito aos débitos assumidos por ele ao assumir a Pasta. “Precisamos pensar no que é primordial e necessário para a nossa saúde, existem falhas, pois saímos de anos de redução de recursos, a saúde é cara, estamos constantemente em evolução. As próprias leis nos amarram nos serviços públicos, o nosso paciente não pode esperar. Não abro mão de fazer tudo o que é previsto na lei. Estamos fazendo todo o planejamento necessário, mas precisamos enfrentar de fato os problemas, não resolve deixar isso de lado. Temos pessoas muito qualificadas trabalhando, mas, temos sim, problemas como em qualquer outro lugar”, explicou Daniel Borini Zemuner.