CPI do PreviPalmas realiza terceira oitiva e vereadores se irritam com respostas vagas dos interrogados

por DICOM publicado 22/11/2018 01h00, última modificação 22/11/2018 19h33

Na terceira sessão das oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os investimentos do PreviPalmas, foram ouvidos nesta terça-feira, 21, o ex-diretor de investimentos, Fábio Costa Martins e a ex-diretora de administração financeira, Marineide Santana Pereira, ambos servidores do PreviPalmas já exonerados.

O diferencial desta terceira oitiva é a abertura para a participação dos demais vereadores. Decidido na ultima terça-feira, 20, durante sessão ordinária onde foi colocada em pauta no plenário a discussão para que os demais vereadores possam também interrogar diretamente as testemunhas e não mais através de perguntas enviadas à Comissão. A decisão foi aprovada pela maioria, exceto os vereadores Junior Geo (PROS) e Gerson Alves (PSL) ambos membros da Comissão.

Ao abrir a sessão, o presidente ver. Professor Júnior Geo (PROS) leu a justificativa de ausência do ex-secretário de finanças, Cristian Zini, convidado a se submeter aos questionamentos da CPI. Zini se apresentará no dia 28 de novembro. Geo também informou que o ex-presidente do PreviPalmas, Maxcilane Fleury não foi encontrado para as intimações pessoalmente e também não respondeu às publicações feitas via meios públicos e que será intimada de acordo com as forças jurídicas, sendo passível de condução coercitiva.

Depoimentos

O ex-diretor de investimentos Fábio Costa Martins, foi o primeiro a ser interrogado e afirmou que prefere evitar afirmações sobre haver ou não irregularidades no processo dos investimentos, mas que confia nos trabalhos da CPI. Sobre sua exoneração, publicada também por vídeo na época, divulgado pelo ex-prefeito Carlos Amastha, Martins afirma que prefere acreditar que o gestor não teria conhecimento das funções de seu cargo, “aceitei, pois não questiona-se decisão do gestor”.

Interrogado sobre a possibilidade de rentabilidade dos investimentos Tercon e Cais Mauá, Martins afirma que, “como analista de mercado, posso dizer que Tercon está dando rentabilidade positiva e passado o tempo de carência o instituto pode recuperar o investimento”. Sobre o Cais Mauá, Martins afirma que “não saberia julgar se traria prejuízo ou lucro”. Sobre a declaração, o vereador Rogério Freitas (MDB) declarou que investimentos anteriores em ambos os fundos já teriam levado prejuízos a outros institutos e mesmo assim o fizeram.

O vereador Léo Barbosa (SD) durante os questionamentos afirmou, “não tiveram cuidado de verificar se o dinheiro aplicado está de fato bem gerido ou de acompanhar as obras do porto do Cais Mauá”. Martins se defendeu, “até o momento em que estive lotado no instituto, acompanhamos sim, as obras vieram a ser paralisadas após a minha saída”.

O vereador Milton Neris (PP) foi enfático ao perguntar se o diretor conhecia a política de investimentos que norteiam as aplicações, e obteve resposta positiva. Em seguida, Neris, afirmou que as aplicações não seguiram a politica de investimento, “arriscaram o fundo do PreviPalmas mesmo conhecendo os riscos, tomaram as decisões desobedecendo as regras de investimento que é clara quanto aos riscos”, afirma o parlamentar.

A ex-diretora de administração financeira, Marineide Santana Pereira, que é servidora pública de carreira do município, ao ser interrogada pela Comissão afirmou que não teve conhecimento da aplicação dos fundos, porém Geo continua a interroga-la sobre o seu conhecimento e apresenta documento com a assinatura da mesma.

Léo Barbosa se absteve das perguntas após observar que Marineide não tem respostas para as indagações, segundo ele “por desconhecimento dos fatos”. O vereador Vandim do Povo (PSDC) afirmou que também não faria perguntas, pois “percebe a ingenuidade da testemunha, uma vez que ela não conhecia nada do que se foi perguntado”. Para Vandim, Marineide foi usada.

Os vereadores Tiago Andrino (PSB) e Rogério Freitas (MDB), também participaram dos interrogatórios. Já os vereadores Ivory de Lira (PPL) e Diogo Fernandes (PSD) acompanharam a sessão, mas não fizeram perguntas.